segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Um banho quente


Ah, um banho quente!
Suficiente pra afastar 
tudo o que me é mau.

Poeta,
pra lá com a sua dor!
Procure outra porta hoje!

Molho as costas,
os braços,
a virilha,
os pêlos,
a nuca.
Por fim o cabelo.

Sinto toda a água quente me proteger
e livrar de mágoas e incertezas.
Um delicioso e demorado banho quente
e que se dane o mundo e que se dane a conta!

Que sensação!

(...)

É verdade que não a sinto agora  
Apenas rememoro   afinal,
como poderia escrevê-la 
sob o chuveiro?

Além do quê, 
descrever é não sentir.

E eu sinto.
Ah, sim!


Nenhum comentário:

Postar um comentário