segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Aquarela


Não peço um conselho.
Busco ouvir uma segunda voz,
Não-impregnada com meu perigoso tendencialismo,
Não coberta de dogmas.

Poderia ser resposta,
Não é.
Não peço o gabarito,
Apenas outra cor de giz na lousa.

A palavra limita, mas define.
Reconheço o cabresto – sou animal.
Reconhecê-lo me torna superior?
(Por favor, sem metafísica agora.)

O véu é instável,
A luz que o atravessa chega mística.
Mas por favor, sem misticismo
agora.

Preciso de carvão. Preciso definir.
Sorria para o meu auto-cabresto
que me faz andar, seguir...

Não é pedir nova cor,
Mas um novo ângulo de luz
Que poderei facilmente bloquear
Ao julgar necessário.
Posso obstruir com o véu instável.

Mas chega de mágica, misticismo.
Sou cético, sou cérebro.

Chega de racionalismo. Sou fogo,
Faísca, coração, magia.

Chega de véu, sou cego.
Preciso seguir. Sem metafísica.

Preciso alinhar a voz e o véu.

Preciso                           preciso
                  
                        Preciso                                                                   preciso
    Preciso   preciso   preciso   preciso 
                                                              
                                                             É preciso ser preciso!

Sem preciosismo.
Preciso ser humano. Errar, seguir, corar.
Reconhecer mágica no giz,
Pedir conselho à lousa,
Ouvir o misticismo da luz,
Definir o que é mágica, o que é necessário. Limitar.
É preciso dar forma.

           Concreto?
Cimento?   -   Neo-concreto?
           Abstrato?
  Metafísica? Cafeína?                                                                        

Depende da atadura dada
  ao cabresto.
    Que limita, define, ilumina, bloqueia, atravessa, manifesta,

mas jamais explica.


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