terça-feira, 31 de maio de 2011

a noite em que nos entorpecemos com o demônio


nosso norte era o sul,
mas aceitamos o leste.
chegamos a uma praia vazia
com um astral estranho
e um vento noroeste.

a paranóia como um gato manso,
a mente cedendo
um arrepio do espírito
e uma fuga vã, sentido norte - que era nosso sul.
uma armadilha confortável
desencadeando a decadência

perigo sutil do ócio,
a mente abalada.
not to touch the earth e a descida ao inferno.
um encontro,
cancelamento.
a loucura abrupta,

        a
b
   
        i 
      
             s
      
           
                   m

     
  O


um mar negro.
família na re
                        de
peixes alucinados

caminho plástico.
pés autônomos
uma quarta pessoa
o desespero cresce
os sentidos alucinados
minha mente na rede
família de peixes
pés autônomos

meus pêsames

palavras absurdas
risadas de uva.
um símbolo na areia

passospassospassopassopassospass
ospassosopassopasso
spassos

              astral
inferno    mental
                  sensorial

se o leste é o norte, o sul é o oeste e o vento noroeste sopra sudeste,
o banheiro é logo ali,
à esquerda, no corredor vermelho
com sombras magras
                    na cama que não existe
                       com pessoas que não existem
                       num quarto que não está ali
                      um velho que já morreu
                             e um cachorro branco que ficou na areia
com os peixes, ao sul - que era nosso norte
e o quarto verde abrigava um ménage-à-trois.

problemas com padrões repetidos,
paralelas
em paredes vermelhas.
de volta

e as palavras do I Ching não se formavam...

  (quarto verde?)

uma barata enorme subiu nas minhas costas e me tirou do transe.
eu precisava deitar

- perdemos o ônibus de volta?
- há muito tempo.
- e que lugar é esse?
- não tenho a menor ideia.