quarta-feira, 25 de março de 2020
Pandemia
Cheias de ausência as ruas se repetem por aqui.
Na praça Manoel de Barros, bancos de cimento
já rendidos à forma dos velhos
Esperam no silêncio o dominó adiado.
Chove.
Ando à toa como querendo me perder.
Tento evocar grandes momentos passados em estradas do país
mas não decolo.
Esbarro sempre nas mesmas placas de bairro.
Tornei círculo —
Nem mesmo a exaustão me ilumina.
Há um intruso nesse meu planeta branco
e me eriço como gato acuado
e me protejo como Chernobyl
e vou além,
Cruzo Lisboa,
A linha de Tordesilhas
Escalo Castelo, o bairro
Rasgando fronteiras no meu mapa mental.
Há uma pandemia global que mata como crime de guerra.
E se agora estou na rua é para evitar o grande desastre humano
de dois corpos confinados
Juntos
e contra.
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