terça-feira, 3 de março de 2020

Batizado




Nasci tarde pra poesia.
(Aos dezessete)

Aos vinte, poesia era meu cocar de festa.
Vinte e dois, meu bote salva-vidas.

Aos vinte e quatro tornou-se arma de guerra
e aos vinte e seis, divã e túmulo.

Só aos trinta fui encontrar a própria poesia.

Peguei com as mãos
e gentilmente coloquei-a em seu devido lugar
que é bem no olho da gente.

Feito lupa
ou lente.





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