segunda-feira, 10 de março de 2014

Sinfonia Nº 03 em D maior


I

Do dilema nasce essa massa
Azul e híbrida
Solar, brisa leve
Ao som daquela sinfonia.

Essa massa, inútil poesia,
Dilema entre o que escreve
E o que abre portas

Crianças brincam
  leves
Nuvens passeiam leves
Levadas em ciranda pelo vento brando, ao som daquela sinfonia híbrida

(Pizzicato solar interrompido
Pela porta que bate lá fora.)

Flagro o teto, o sábado, o céu
Inerte, num antigo dilema
Meio vazio de Mim,
 um tanto cheio de si...

Levanto a cabeça pendente,
O pescoço massacrado
Os ombros tesos
O tronco torto
Abro uma porta, vou até minha esposa, dou um beijo em sua testa, sorrio e volto ao quarto azul, 
onde a sinfonia me aguarda, é sábado, nuvens são nuvens, brancas, azuis...
E ignoram meu dilema  aquele velho dilema marrom
                                                                                 unilateral.

É sábado.
As crianças em ciranda azul
Ignoram meu dilema, meu poema, a sinfonia, minha esposa, a porta que bate...

*

Enfim me diluo
E extraio beleza
Dum pingo de chuva;

O céu anuncia: Já vem tempestade!

                        E a cortina
                                        dança
para o vento-mensagem.


II

    ..

(      )
.
 .. .
.  . ..
(                )
.
 ..
.  . .. 
  . .  ... .  .. 
   . ..   . ..  
(                        )

           .

                    . ..

    ..
         .

                     .


III

Plural sonoro –
Sol
Sopro
A risada das crianças,
Seus pisos no asfalto.

Coletivo de cheiros –
Ar azul
Amaciante
O hálito fresco das crianças,
Seus pés no asfalto

Confusão de vozes
Sonoras
Nasais
Azuis
As crianças brincando



Sinfonia de vida –

       Eu.

E todo o resto
lá fora.


( .   .        .      
               .     :        
                         .  
                               .)



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