quarta-feira, 10 de julho de 2013

Rio

O enigmático decurso do rio não me absolverá.
Não me absolverá do grave pecado de não ter sido feliz
naqueles momentos puros e simples de
praça, sorvete, sorrisos e livros.

O enigmático e imbatível decurso do rio não tentará compreender
porque deixei de viver inteiramente esses momentos, para
dias depois, finalmente vivê-los num quarto trancado
sozinho e a lápis.

Eu poderia explicar ao rio o verdadeiro motivo:
que assim faço para eternizar tal instante.
Que assim faço porque
um momento só se torna eterno quando não é vivido.

Mas o rio não pararia para me escutar.
Tem pressa.

E além disso, nada devo ao decurso do rio.


                              Montes Claros/MG, 23 de janeiro de 2013

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