terça-feira, 20 de agosto de 2013

Panteísmo

Magma
Matéria-bruta de mim
Saber-me inútil
Queimar tanto

Sinto a expansão do meu corpo que quase rompe.
Pouco falta para que seja fluído corrente

A morte me espera. 
Antes disso, a sólida e crudelíssima solidão 
desejo de morte
a cegueira
acúmulo de perdas
a melancolia (composta por átomos de todo o resto),
também um aperto de mãos ou caminhar...

Não caibo em mim porque sou dois.
Não infinitos; dois apenas.
E cada qual com infinidades de texturas e intenções, compostos por átomos de todo o resto.

Nessa inédita manhã que se repetirá, compreendi Deus,
que é todas as grandes coisas e também
                                um grão.


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