Meio-dia e meia. O sol vai alto.
Entra em cena uma já senhora com aspecto de empregada doméstica, andando mais rápido do que seus pés suportam. Segura com a mão direita a alça da bolsa que está pendurada em seu ombro. Persegue uma outra já senhora com aspecto de empregada doméstica.
— Narva... Narva... Narva!
Narva finalmente escuta. Narva para de andar e olha para trás, por cima do ombro. Reconhece sua colega e logo dobra o braço, apoiando na cintura seu punho fechado, tentando demonstrar certa braveza.
A primeira senhora anda rapidamente em sua direção. Olha instintivamente para o lado esquerdo, de acordo com o protocolo que impede que duas pessoas distantes se olhem até o momento em que estejam próximas o suficiente para um diálogo.
Narva, enquanto forja sua postura brava sem sequer saber o motivo, olha de soslaio para todos os lados, tentando perceber se alguém a observa naquela posição.
As duas colegas finalmente estão próximas o suficiente. Narva sorri; a primeira senhora desembesta a falar sobre alguma coisa. Passam a caminhar lado a lado, conversando sobre algum assunto importantíssimo.
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