quarta-feira, 21 de setembro de 2016

pela fresta



a velha buzina do trem
novas cicatrizes, diretrizes
um novo nome,
seu sorriso de manhã

também a lesma de mandíbula torta todo dia na mesa, na sala, pelo vão da porta
do quarto entulhado
onde dormi
dormia
durmo
agora

(chove forte.)

espio pelas frestas da janela:
há ratos na cozinha,
a luz acesa

respiro
me alongo
bebo água
deito novamente

         espero

a salada de repolho ainda estará lá
mais tarde



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