terça-feira, 12 de agosto de 2014

Neblina


Mais um dia que se ensaia
No negrume da manhã

Motores e pássaros bocejam
Despertando janelas fechadas

Café é bebido em caneca
Pois solidão não exige xícara.

Pequenos humanos cumprem pequenos rituais
Em pequenos apartamentos
 (Soando discretos ruídos)

Algumas luzes
apenas ainda
Flertam discretas

Vizinhos cogitam:
"Talvez hoje"

E de soslaio buscam o Sol,
Que já vem surgindo
Pra dar fim às possibilidades
 alimentadas 
no bocejo da manhã

(Neblina)

Esse breve instante que aos olhos morre,
Lento e logo.


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