domingo, 25 de maio de 2014

Tanto ainda



Ainda há tanto a ser dito!

Tanto ainda a ser explorado,
compreendido;
tantos primeiros cheiros ainda secretos,
nuances sem descrição
ou tela;
tantas esquinas do acaso a dobrar!

No entanto,
me flagro cheirando a boca do gato para entender que estou vivo,
enquanto
meus cem olhos opacos assistem à lenta-mas-implacável  decomposição do corpo, fadado ao fracasso
como tudo,
aliás, até mesmo aquilo que jamais conhecerei.


janeiro, 2014                                                                                                  

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