sexta-feira, 1 de março de 2013

o desamor


é quando a barriga esquenta
e as pálpebras já não vibram mais.

quando o esforço se faz evidente
ou é apenas esforço.
é quando viramos xerox de nós mesmos
ou quando não existe mais o esforço.

não é a ausência do sexo, mas o sexo por costume ou cordialidade
e não é necessariamente a presença da mentira
mas a verdade dura dita desnecessariamente.

o problema não é quando as máscaras caem, mas quando começam a surgir.

é quando outros idiomas passam a camuflar as palavras,
todas as suas frequências se anulam
e seu orgulho míngua.

o desamor se dá quando olhamos para o outro e enxergamos um ser individual, 
não mais uma extensão de nós mesmos.


2 comentários:

  1. Você descreveu, aqui, em poucos palavras, os muitos sentimentos embaraçados que eu sinto e tenho medo de acreditar que são absolutamente verdadeiros. O desamor existe e é tão natural quanto o amor. Mas por que é tão difícil aceitá-lo?

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