domingo, 28 de outubro de 2012

luto



o estilo enfim chega para aquele que está inseguro demais para ficar parado
mas a falta de estilo pode ser um estilo
e ficar parado também
de modo que é muito difícil reconhecer um farsante
– não para mim –
e os verdadeiros seguem comendo farinha de milho
e bebendo água turva
sem pilhas no relógio
ou
companhia
essa noite.
mas tudo bem,
porque eles podem aguentar isso
e muito mais
apenas não percebem.

é difícil recordar dos bons momentos.
aqueles realmente incríveis em que dizemos a nós mesmos
“é por isso que eu vivo! não se esqueça dessa sensação, ela sempre volta!”

é bem difícil.
sobretudo quando o telefone toca
e são eles

Kafka foi preciso quando disse que a família age 
como um agiota
emprestando a juros altíssimos
e –
acrescento –
são agiotas à moda antiga
capazes de quebrar membros e
fazê-lo engolir vidro moído
e toda essa coisa
brutal.

estou no terceiro round
e não sinto cheiro de vitória

meu adversário não me derrubará.
a questão é
contra quem eu luto?

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