sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Poema Rimbaudiano



Quero fundir meu corpo ao caos!
Que a minha existência seja o sinônimo do absurdo!
Vou devorar estradas e vinhos, carne e Deus.

Enfiei o punho na existência,
tem cheiro de vômito.

Desmascararei os filósofos e — sobretudo
os monges com seu silêncio pedante.

Andarei pelo pântano e direi:
"Onde estão vocês, almas condenadas?! Vamos festejar!"

Surgirão mendigos, alcoólatras, loucos, mulheres como Zelda Fitzgerald,
homens como Rimbaud e começaremos a celebração!
Sem limites, sem pudor, sem consciência linear.
Atuaremos para Buñuel. Ou Arrabal.

Seremos a corja, os habitantes do inferno.
Um riso escancarado e interminável narrara a noite.
Seremos santos no entanto.
Purificaremos a alma com o elixir da luxúria
e estaremos prontos.
Sim.


São Paulo, 2012                                                       

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