terça-feira, 22 de outubro de 2013

Rainha ruiva

Nesta tarde onde o tempo é sólido e rasteja
recebo surras de lembrança e máculas.
É outono.
A despeito disso o Sol arde e ofusca e projeta nas mulheres uma luz rubra que é só sua, minha Leoa.
Iludo-me apesar da certeza da distância.
Fantasio sexos expostos ao sol e me frustro,
não quero outra.
Só você é capaz daquilo que só nós sabemos (e agora exponho):

É você quem me transforma em bicho selvagem e me faz rastejar (como o tempo na tarde de hoje)
em busca monumental e mística.
É por você que me curvo e me entrego e me dôo
e dôo
e peco, peço mais
e peço punição
e gozo um gozo jamais visto
e me visto da sua pele branca
vermelha
e me torno o feto que não se consolidará em você
e encolho e semeio o seu colo
e então você me escolhe, me colhe
e me engole de colher,
Leoa arisca.

Seu corpo é minha Via Crucis,
meu caminho de Compostela,
minha nova estrada,
minha poça de lama
e água límpida.

Ah, minha rainha ruiva,
você jamais caberá nesse poema...


3 comentários:

  1. Maravilhoso!!!!!!!!!!! Sensacional!!! Viva o amor!!!!!!!!!!!!

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  2. EU ACHO QUE VOCE ESTA AMANDO,É BOM,MAS PERIGOSO,O AMOR É FODA,TEM O ANTAGONISMO DA ALEGRIA E DA TRISTEZA,MUITO LOUCO.MAS FICO FELIZ DE TU TERES A CAPACIDADE DE AMAR INTENSAMENTE,PARABENS FILHÃO.ENORME ABRAÇO.

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