tudo bem, amei.
agora vou falar do amor –
efêmero como um gás que alucina
e logo dispersa,
danificando.
amei e dói.
agora posso entrar pro clube –
clube dos que se lamentam
como frágeis cães em noite de
inverno.
sim, é bom.
e conheci a perfeita sinfonia –
gemidos em uníssono, tapas que marcam o tempo
violinos solando promessas quietas,
sustentados por contra-baixos de salário e porra,
maravilhados com a suavidade
maravilhados com a suavidade
do discreto cello de cafunés e…
ah!
o sopro,
como dizer?
foi tão sublime!
como se chama mesmo aquilo?
digo, aqueles silêncios ofegantes, cheios de quase…
quase premeditados.
a selvageria de dentes que mordem escancarando o escárnio –
mais excitante que flerte proibido
de longe.
sim, o amor
existe.
mas também se acaba.
sempre.
e é sempre assim.
dói.
sim, dói.
e é dor física. metafísica. metafórica. fantasmagórica.
escura e densa.
dor que caminha como aquele estranho homem de um sonho
antigo
que você projeta no espelho todos os dias.
até nos dias em que não enfrenta o espelho.
é, não é para qualquer um.
é preciso muita coragem,
sobretudo
na hora de assumir:
“bom, acabou.”
“é, parece que sim. então tchau.”
“tchau, se cuida.”
“você também.”
“qualquer coisa liga.” e termina aqui.
sim, ninguém ligará.
sim, nos resta o poema.
e só.
E assim só nos resta o poema, e a carne fraca que logo sentirá dor de novo, e de novo, e de novo...
ResponderExcluirPorque tive saudade da tua escrita.
B.
Isso me parece mais paixão. Mas acho que definimos terminologias apenas para tentar ter menos medo da coisa. :)
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