O enigmático decurso do rio não me absolverá.
Não me absolverá do grave pecado de não ter sido feliz
naqueles momentos puros e simples de
praça, sorvete, sorrisos e livros.
O enigmático e imbatível decurso do rio não tentará compreender
porque deixei de viver inteiramente esses momentos, para
dias depois, finalmente vivê-los num quarto trancado
sozinho e a lápis.
Eu poderia explicar ao rio o verdadeiro motivo:
que assim faço para eternizar tal instante.
Que assim faço porque
um momento só se torna eterno quando não é vivido.
Mas o rio não pararia para me escutar.
Tem pressa.
E além disso, nada devo ao decurso do rio.
Montes Claros/MG, 23 de janeiro de 2013
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