Joana se casou!
Parece piada.
Não bastasse a angústia de
dividir o teto,
descubro que Joana se casou.
Casou
e provavelmente abandonou velhos apelidos.
Abandonou velhos amigos, o seu país,
tenta abandonar velhos hábitos...
Bem, é isso.
Joana se casou
e acabo de perceber que seu sorriso é torto.
(Talvez por um novo hábito.)
Joana não tinha o sorriso torto. Eu garanto.
(Essa maldita música me deixando melancólico.)
Joana não existe.
Joana é uma fantasia de carnaval,
um velho hábito que tento abandonar,
um apelido para solidão.
Joana é meu país.
Joana, casada e de sorriso torto,
é uma piada, uma angústia,
um dividir o teto.
Joana, que costumava ser meu teto,
meu texto, minha fantasia,
agora se casou e certamente não pensa em mim.
Mas ainda costumo ouvir sua voz por aí,
nos corredores da memória –
aquela fantasiosa avenida de carnaval.
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