I
Do dilema nasce essa massa
Azul e híbrida
Solar, brisa leve
Ao som daquela sinfonia.
Essa massa, inútil poesia,
Dilema entre o que escreve
E o que abre portas
Crianças brincam
leves
Nuvens passeiam leves
Levadas em ciranda pelo vento brando, ao som daquela
sinfonia híbrida
(Pizzicato solar interrompido
Pela porta que bate lá fora.)
Flagro o teto, o sábado, o céu
Inerte, num antigo dilema
Meio vazio de Mim,
um tanto cheio de si...
Levanto a cabeça pendente,
O pescoço massacrado
Os ombros tesos
O tronco torto
Abro uma porta, vou até minha esposa, dou um beijo em sua
testa, sorrio e volto ao quarto azul,
onde a sinfonia me aguarda, é sábado,
nuvens são nuvens, brancas, azuis...
E ignoram meu dilema – aquele velho dilema marrom
unilateral.
É sábado.
As crianças em ciranda azul
Ignoram meu dilema, meu poema, a sinfonia, minha esposa, a porta que bate...
*
Enfim me diluo
E extraio beleza
Dum pingo de chuva;
O céu anuncia: Já vem tempestade!
E a cortina
dança
para o vento-mensagem.
II
..
( )
.
.. .
. . ..
( )
III
Plural sonoro –
Sol
Sopro
A risada das crianças,
Seus pisos no asfalto.
Coletivo de cheiros –
Ar azul
Amaciante
O hálito fresco das crianças,
Seus pés no asfalto
Confusão de vozes
Sonoras
Nasais
Azuis
As crianças brincando
Sinfonia de vida –
Eu.
E todo o resto
lá fora.
( . . .
. :
.
.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário