Seus olhos me temiam.
Me temiam, frágeis
No entanto vieram.
Talvez confirmar que
minha pele é cera
E que
Por trás da barba vive
um
Bagre
Liso e frio.
Seus olhos vieram dizer
“vou embora”
E eu pergunto até
quando
“talvez na segunda”,
você diz.
Tentamos um cumprimento
desajeitado – erramos a mira.
Disfarçamos.
É quarta-feira e a luz
da sua casa
Continua apagada, mas
as baratas estarão lá,
Prontas.
Os empecilhos seguem
nos assombrando
E foi cruel demais que
vocês duas trabalhassem juntas.
Répteis.
E vocês duas são como
serpentes na cama.
Envolventes e precisas. Meio loucas.
Me
envolvem sem quebrar os ossos,
São cobras mansas.
Sobrancelhas e corpos
diferentes,
Cuidam de mim como
podem, ainda que as sobrancelhas duvidem de tudo.
Já é quinta-feira e
você não voltou.
Tudo bem.
Tenho o teto branco e
minha TV permanece sem som.
Te ouvirei chegar
se...
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