Venho pensando em Néia.
(Néia é gentil apelido; seu nome é Geneilza.)
Mas Néia é apelido. Seu nome ela não revela.
Eu respeito. É nome que pesa em seus 32 anos
e rosto de anjo labutador, engrossado pelo sol nordestino e suas mazelas.
Néia é mulher.
Se fosse ovelha, seria negra.
Se fosse velha, morreria em mim.
(Estou rondando certo lirismo por não saber como dizer que Geneilza ejacula
e que seu gozo me inundou o sono essa noite.)
Mas Néia vive.
Por sua fibra de baiana maltratada e sonho incubado.
Por sua fibra de mãe solteira e ex-marido obsessivo.
Néia me levou além das outras.
(Leia-se: Néia trepava melhor que todas.)
Seu rubor me aqueceu uns dias de fome;
Seu néctar (seu gozo) me adoçou umas noites de insônia,
quando as noites se mostravam duras demais.
Mas nosso último encontro foi frígido —
justamente por isso foi o último —
e Néia fugiu furtiva, pra nunca mais me extasiar.
(Leia-se: e Néia fugiu furtiva, pra nunca mais me extasiar.)
Montes Claros/MG, 19 de janeiro de 2013
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