findo
mundo:
finjo
quieto,
falo mudo.
fim do
mundo:
homens
fingindo orgasmo.
vil,
findo
mundos –
finjo
muito,
calo mudo.
áspero.
ou liso.
findo
muito.
somos
cruéis, absurdos.
finjo
imundo,
forjo mudo
o fim do
mundo.
nosso mundo
(meu e seu).
sem
dedicatórias,
sorrisos
assim,
flerte.
findo tudo,
não mais precisaremos fingir.
findo o
mundo, nasceremos.
com piedade
que dói em nós
piedade
gratuita, terrível.
(todos os
pensamentos me levam a você,
o que fez você hoje?)
forjo um
poema;
sai frígido
e frágil.
o relógio
me avisa:
01:58
01:59
nenhuma
palavra será necessária às 02:00.
então
calarei.
mudo.
tudo.
fingimos
juntos, em total harmonia
às duas
horas
da manhã.
Mas olha quem postou novos escritos! (Pelo visto, você está a todo gás, né?)
ResponderExcluirFico feliz, Leo. As palavras são suas amigas, e você amadureceu com elas. Está mais conciso.
Sou suspeita pra te elogiar, mas gostei especialmente desse poema. O jogo de palavras, como você as encaixa bem e como brinca com elas, incrível. Me lembra Ferreira Gullar... E percebo, também, uma valorização estética nos seus poemas. Você é um contemporâneo, e isso é notável, porém escreve diferente do que é de costume atualmente.
Forte abraço. E parabéns!
(Ah, eu te mandei um e-mail)