Fazíamos um tipo de jogo.
Uma sessão triangular de terapia psicanalista
onde éramos totalmente sinceros
ao expor a face escolhida para a noite.
Em algum momento ele me disse “cara,
para de projetar em mim o fato de você ser ruim de cama.”
Pensei em explicar que o ponto não era bem esse,
as mulheres fingem porque precisam fingir,
não era bem uma questão de ser ruim de cama,
mas ligeira ela lhe respondeu “ele não é ruim de cama.”
e meu amigo – que desconhecia o fato de já termos ido pra
cama – se constrangeu.
Senti um certo orgulho quieto.
Mas podia isso também ser um fingimento –
uma tentativa de soar liberal…
Ponderei.
E quando o assunto sobre a infância virou em
mais uma via movimentada, meu amigo contou que, certa vez
ao fugir de casa, levou consigo apenas um dicionário, então
respondi, em tom profético:
O dicionário vai te dizer a mais desinteressante das
verdades:
o significado das
palavras
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