Mais um dia que se ensaia
No negrume da manhã
Motores e pássaros bocejam
Despertando janelas fechadas
Café é bebido em caneca
Pois solidão não exige xícara.
Pequenos humanos cumprem pequenos rituais
Em pequenos apartamentos
(Soando discretos ruídos)
Algumas luzes
apenas ainda
Flertam discretas
Vizinhos cogitam:
"Talvez hoje"
E de soslaio buscam o Sol,
Que já vem surgindo
Pra dar fim às possibilidades
alimentadas
no bocejo da manhã
(Neblina)
Esse breve instante que aos olhos morre,
Lento e logo.
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