Quero fundir meu corpo ao caos!
Que a minha existência seja o sinônimo do absurdo!
Vou devorar estradas e vinhos, carne e Deus.
Enfiei o punho na existência,
tem cheiro de vômito.
Desmascararei os filósofos e — sobretudo
os monges com seu silêncio pedante.
Andarei pelo pântano e direi:
"Onde estão vocês, almas condenadas?! Vamos festejar!"
Surgirão mendigos, alcoólatras, loucos, mulheres como Zelda Fitzgerald,
homens como Rimbaud e começaremos a celebração!
Sem limites, sem pudor, sem consciência linear.
Atuaremos para Buñuel. Ou Arrabal.
Seremos a corja, os habitantes do inferno.
Um riso escancarado e interminável narrara a noite.
Seremos santos no entanto.
Purificaremos a alma com o elixir da luxúria
e estaremos prontos.
Sim.
São Paulo, 2012
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